quarta-feira, 3 de junho de 2009

Quinto dia

Na lista dos cursos de francês tinha um quase em frente daqui de casa, mas não tinha aulas à noite. Eu costumo render melhor à noite e caso começe a trabalhar posso continuar com o curso. O mais perto que eu encontrei à noite foi em Mountain-Sights. Cinco dias aqui e já me sinto seguro para ir pra qualquer canto, sem falar que pra Montreal o Google Maps já disponibiliza rotas utilizando transporte público, show demais, tem até os horários.

Peguei o metrô e desci na estação Namur, o centro de apoio ficava na rue Paré, perto do hipódromo. Conversei com o carinha que estava atendendo e ele disse que não estavam mais inscrevendo ninguém, as aulas à noite eram para quem já estava fazendo desde o trimestre passado, mas ele pediu que eu ligasse dia 15 que ele iria falar com a professora.

Voltei no RBC para solicitar o meu cartão de crédito. Não pude fazer isso ontem porque tinha que esperar os travellers cheques serem creditados na minha conta para então transferir algum dinheiro para uma aplicação que o banco pode usar caso eu dê calote e não pague a fatura do cartão. O Omar já tinha separado um horário para mim.

Eu notei que aqui no canada os serviços bancários são bem simplificados para não dizer arcaicos. Enquanto no Brasil a gente tem transferência, TED, DOC, pagamento de boleto, pagamento de título de concessionária, carga de celular, aqui é só transferência. Enquanto no Brasil a gente tem dezenas de opções de fundos de investimento aqui tem só "saving account" com algumas opções tipo "day to day", "enhanced", ou "high interest" dependendo de quanto você vai investir. Enquanto no Brasil tem um monte de segurança no site, teclado virtual, senha de número, senha de letra, código de segurança pelo celular, aqui é só a senha mesmo.

Voltei para casa e fui almoçar comida congelada, eca, e depois do almoço, dando continuidade à minha semana de turista resolvi ir no Parc du Mont-Royal. Pelo o que eu já tinha observado ele fica perto de CDN, cheguei até a fazer um rota a pé no Google Maps, mas não tinha certeza se o caminho era todo "andável", sei lá, poderia passar por alguma highway, então resolvi pegar um busão que pra minha surpresa não entrou onde eu esperava que ele entrasse, ele foi direto para o centro. Não me desesperei pois eu tinha o passe mensal comigo. Esperei o momento oportuno e quando a maioria do pessoal que estava no ônibus desceu, eu desci junto, isso era sinal de algum grande ponto de referência por perto, e como esperado, a estação Guy/Concordia estava na minha frente. Desci, fui até a estação Mont-Royal e depois peguei a linha 11 para a montanha, ou seja dei uma volta pela cidade toda pra chegar num lugar que é do lado da minha casa.

O Parc du Mont-Royal é mais outro lugar de embasbacamento. Cheguei pela entrada do lago dos castores, mais à frente tinha um monte de gente estirada na grama, aproveitando o sol. Subi a montanha, sempre pela trilha maior e seguindo as indicações de placas, andei, andei, andei, até encontrar... o chalet e o belvédère, de onde dá pra ter uma visão magnífica de toda Montreal, do centro da cidade até o rio São Lourenço e periferias, e depois de retomar a consciência continuei andando até encontrar a cruz do Mont-Royal. Voltei para o chalet e liguei pra casa, eu tinha que compartilhar com alguém o que eu estava vendo e sentindo, falei um bom tempo com meu pai e minha mãe. Comprei um suco de laranja no chalet e fui para o belvédère descansar um pouco (acho que já tinha andado uns 4 km), apreciar a paisagem e criar coragem para deixar aquele lugar perfeito e voltar para Côte-des-Neiges. O que ajudou foi o fato de também estar apaixonado por Côte-des-Neiges.



Resolvi voltar andando, era só descida mesmo. Passei pelo cemitério Mont-Royal, depois pelo cemitério Côte-des-Neiges, e a única coisa que me vinha à cabeça era "pqp, por que os cemitérios têm que ser tão lindos também, o pessoal que mora neles já morreu mesmo...". Eu queria passear um pouco pelo cemitério mas estava fechado, então continuei andando e cheguei em CDN em 30 minutos no máximo, pertinho, agora sempre quando eu quiser ir no Parc eu vou andando mesmo.

Assim que cheguei em CDN resolvi dar um basta na minha precariedade alimentícia. Fui direto no supermercado e consegui encontrar feijão preto, $ 2.69 900g, não sei porque eles não colocam um quilo logo. Fiquei de queixo caído quando descobri que eles não tinham calabresa. Pôxa eu nem tava querendo paio, era uma simples calabesa que você encontra em qualquer esquina no Brasil. Aqui eles têm todos os embutidos do mundo, menos calabresa. Tem até uns embutidos bem artificiais sabor cheddar, chippotle, brisa da manhã defumada com prazeres do outono ao molho barbecue e por aí vai. Bacon, impossível de encontrar peça inteira, eles vendem só fatiado, nem cubinhos tem, só fatiado, e não adianta chorar, pra eles o bacon já sai do porco fatiado, eu cheguei a perguntar pra um funcionário e ele disse que nunca viu peça grande de bacon na vida dele. Eu não tava querendo fazer uma feijoada, só colocar as duas carnes que eu mais gosto no feijão. Deixei prá lá e levei só o feijão pra casa. Como não tenho panela de pressão, vou deixar de molho de hoje para amanhã e amanhã coninuar a minha busca. Vamos ver o que eu consigo encontrar.

2 comentários:

  1. hahahaha, pq vc nao procura um restaurante brasileiro por ai? deve ter

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  2. Ola, estava dando uma lida no seu blog e li o comentário sobre a calabresa. Quando eu estive aí a unica coisa que eu vi parecida com calabresa é a chamada "saucisse italienne", mas eu vi isso numa pizza e não no supermercado. Da uma procurada e veja se é isso mesmo. Abracos e boa sorte!

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