terça-feira, 2 de junho de 2009

Quarto dia

Hoje acordei umas 7:30, tomei meu café da manhã e saí de casa umas 7:45, tinha que estar na estação Place-des-Arts no máximo umas 8:25. Estava arriscando pois não fazia idéia de quanto tempo levaria, mas acabei chegando 5 minutos antes do que estava planejando, o escritório nem tinha aberto ainda.

Fui atendido pela Azucena Rios que verificou meus documentos, e foi passando comigo por um checklist imenso. Foi tanta informação que eu fiquei com dor de cabeça. Como a francisação só vai começar em agosto, eu posso me inscrever num curso a tempo parcial oferecido por um dos muitos organismos de apoio ao imigrante (ela me deu uma lista para escolher o mais perto daqui de casa). Ela marcou uma entrevista na próxima semana para verificarem o meu CV e passarem mais informações sobre adaptação ao mercado de trabalho canadense. Ela me deu uma pasta com um formulário e informações para solicitar a análise comparativa dos meus estudos. Mesmo tendo que gastar com tradução de diploma e histórico escolar acho que vou ter que fazer isso pois eu já vi alguns anúncios de emprego solicitando essa análise. Ela me passou um formulário para solcitar a devolução da TPS. Isso é possível apenas no ano em que você se torna residente permanente. O governo canadense, com base nos seus rendimentos, faz uma estimativa de quanto você vai pagar de TPS e deposita esse valor na sua conta corrente. Ela falou rápido sobre as quatro universidades de Montreal, falou um pouco sobre empréstimos e ajuda financeira oferecidos pelo governo e disse que eu poderia me informar melhor na entrevista da próxima semana.

Saí do escritório de imigração e fui direto para casa almoçar. Confesso que já estou de saco cheio de comida congelada. Eu como e continuo com fome. Pra falar a verdade eu estou com fome desde quando cheguei aqui no Canada. Os supermercados aqui têm tudo, mas ao mesmo tempo nada do que eu quero.

Como já estava decidido a abrir a conta corrente no RBC coloquei meus troubleleus cheques na mochila e desci a Côte-des-Neiges. Chegando lá falei na recepção que queria abrir uma conta e o pessoal foi super legal, ambiente muito bom, me senti em casa. Fui atendido pelo Omar Lachheb, gente finíssima, ele foi montando pra mim um portfolio de serviços sempre tendo como objetivo não pagar nada de manutenção de conta, etc. Na maioria dos bancos no Canada você tem que deixar um saldo mínimo em conta para não descontarem a taxa de manutenção, no RBC você tem que ter no mínimo dois serviços além da sua conta corrente, no meu caso uma poupança e um cartão de crédito Visa. Para o cartão de crédito, como ainda eu não tenho um histórico de crédito no Canada, eu deveria deixar um depósito de segurança no valor que eu quisesse ter de limite, no final de um ano o banco devolve esse dinheiro. Como ainda tinha que depositar os travellers cheques, e ia demorar muito, o Omar me passou para outra funcionária. O problema dos meus troubleleus cheques é que no Brasil quando eu fui comprá-los no Citibank, eu não liguei antes avisando, então me deram um monte de notas de $ 20, $ 50, e eu tive que assinar todas, duas vezes, uma no Brasil e outra no Canada. Eu passei quase uma hora assinando tudo, enquanto isso trocava uma idéia com a funcionária sortuda que estava me atendendo. Melissa o nome dela, os pais são colombianos mas ela nasceu no Canada. Ela me deu um cartão magnético temporário caso eu quisesse fazer alguma operação.

De Montreal - Primeira Semana

Depósito feito. Desci mais ainda a Côte-des-Neiges até um shopping onde segundo as minhas pesquisas de ontem, tinha um loja da Fido. Assim que eu entrei fiquei maravilhado. Não, o shopping não era bonito, era até meio trash, mas eu encontrei o que estava procurando desde quando cheguei aqui no Canada: preços baixos e ambiente popular, me senti em casa. Tem uma loja Dollarama imensa e mais outras três similares. Dollarama é o que no Brasil a gente chama de loja de 1,99. Essa que eu vi nesse shopping tinha de tudo, tudo mesmo. E o povo que frequenta esse tipo de loja é bem diferente, puxaram conversa umas duas vezes comigo. A primeira era uma americana que chegou falando, "ahh as lojas de 1 dolar nos EUA são bem maiores e melhores", depois que eu disse que era do Brasil ela disse que tinha passado uma semana lá e perguntou se eu tinha trazido produtos para vender :S ela tava querendo café e alicate de unha :S O outro foi um vozinho que passou assoviando, aí ele disse "não sei porque estou assoviando... você sabe assoviar?", eu disse que sabia, ele pediu pra ver, dai eu tentei assoviar "segura o tchan" mas eu comecei a rir da situação, daí ele ficou rindo da minha cara falando que eu não sabia. Tinha também um monte de mães histéricas com três, cinco filhos, gritando "Fulaaaaaano venez-ici! Fulaaaaano fais-pas ça!" A visita no Dollarama foi realmente fora do comum, algo que eu não sonhava encontrar aqui no Canada. Depois entrei numa loja chamada Fripe-prix. Eles vendem roupas e acessórios usados, até coisas de casa, os preços muito bons e sem cobrar TVQ nem TPS.

De Montreal - Primeira Semana

Fui no quiosque da Fido e fui direto no celular e no plano que eu tava querendo contratar. O celular saiu por $ 10,00 (com contrato de dois anos) e o plano que eu contratei foi o de $ 20,00, 50 minutos por mês, noites e finais de semana ilimitados e dependendo da necessidade eu posso mudar o plano mais pra frente.

Pra finalisar passei na praça de alimentação e comi um tal de General Tso num restaurante tailandês. Muito bom, to cheio até agora.

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