Estava bem tranquilo em casa quando a Lara me disse que hoje era o dia do museu e que eu podia entrar de graça em todos os museus da cidade. Como ela não ia sair hoje e a mãe dela já tinha ido embora, ela me ofereceu o passe semanal que ela tinha comprado pra mãe, pois o meu só funciona a partir de amanhã. Ela sugeriu o Biodôme, um museu que reproduz quatro ecossistemas encontrados nas Américas: floresta tropical, floresta laurentiana, ecossitema marinho do São Lourenço e o polar. Calcei meu tênis e rumei para a estação Vieau. Quando eu saí de casa eram umas 2 da tarde e não estava frio, mas quando eu cheguei no Biodôme o tempo fechou, a temperatura caiu e a galera que estava na fila só de moleton passou frio (eu no meio).
Por falar em fila, essa estava imensa, o pessoal estava aproveitando pois nos dias normais a entrada é $ 16. A fila dava voltas, mas andava rápido. Na minha frente tinha um casal anglófono que fazia questão de manter meio metro de distância do pessoal da frente e eu fazia o mesmo. Atrás de mim tinha um casal quebecois que estava praticamente respirando no meu cangote. Eu não entendia nada do que eles falavam, era só "pi blá blá blá, pi tabarnak, ta geule, tabarnouche, pi osti de coliss". Mas o que mais tinha na fila era chinês.
Assim que entramos passamos pela floresta tropical. Dava pra sentir o clima, a humidade do ar. Tinha um monte de espécies de micos, macacos, jacaré e aves. Depois passamos pela floresta laurentiana, com várias espécies de árvores caducifólias, castor, patos, etc, etc. Despois passamos por uns aquarios mostrando o ecossistema marinho do São Lourenço e o ecossitema polar. O que mais me impressionou no Biodôme foi o seu exterior. A arquitetura no museu é muito linda.
Na saída passei na lojinha pra comprar um chaveiro e um moleton do Canada. Fora os postais da noite anterior, ainda não tinha comprado nada para satisfazer meu embasbacamento de turista de primeira viagem. E como a condição de turista vai durar por pouco tempo e logo logo vou ter que procurar emprego, a compra foi justificável.
Saí correndo pre ver se pegava mais algum museu aberto. Peguei o metrô e desci na estação Guy-Concordia. Subi até a Sherbrook Ouest mas o museu de belas artes já estava fechado. Andei pelas redondezas, várias casas e lojinhas no estilo vitoriano. A maioria das casas eram repúblicas do pessoal da Universidade de Concórdia. Voltei na estação e fui embora para casa.
De Montreal - Primeira Semana |
Quando cheguei em Côte-des-Neiges, CDN daqui pra frente, voltei na Pharmaprix e comprei algumas coisinhas, incluindo aquele que viria a ser o sorvete mais gostoso que eu já comi em toda minha vida. Dizem que Häagen-Dazs é bom, mas nunca tive "coragem financeira" para comprar. A marca do sorvete era Breyers Skor e estava em promoção de $ 7 por $ 3 o pote de um litro e meio. Quando eu cheguei em casa e experimentei, não pude acreditar no meu paladar.
Ás vezes eu avalio como muito positiva a experiência de ter nascido pobre num país de terceiro mundo. É preciso de muito pouca coisa pra me impressionar, me sentir feliz e realizado. Por exemplo hoje, poderia ser classificado como um dos melhores dias da minha vida, ontem também foi, e acho que essa semana ainda promete. Amanhã eu começo a correr atrás das burocracias: dar entrada no ministério de imigração, número de seguro social, carteirinha de saúde, curso de francês, etc, etc.
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