sexta-feira, 26 de junho de 2009

Saskatchewan: A Queda

Eu tava preparando uma série de posts e vídeos sobre Saskatchewan, mas como a miséria dos outros (minha no caso) dá mais ibope, resolvi atender ao milhares de pedidos que chegavam por e-mail, twitter, orkut, facebook, carta, telefone, telegrama, fax e telégrafo e postar o vídeo.

De Mennon

Local da queda: norte de Saskatoon, mas precisamente em Mennon, 52°26'03.57"N 106°47'47.67"W.

Ainda to com o dedo inchado e o torax doendo. Haha, depois da queda voltei pra casa com Candace e a gente começou a assistir The Office, tive que pedir pra ela desligar porque toda vez que eu ria doia tudo por dentro, a gente tava assistindo um dos melhores episódios da série.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

La Fête Nationale du Québec à Montréal

Pois é, enquanto os canadenses festejam sua independência só na próxima semana, os quebequenses passam na frente e festejam hoje a Fête Nationale du Québec. O 'Nationale' não tem nada a ver com o Canadá, mas sim com o Québec nação. Hoje é pecado usar vermelho, fazer qualquer referência à folha de bordo ou falar inglês. Hoje é dia de azul e branco, da flor de liz e de falar francês.

Eu fui ver o desfile dos gigantes na rua Sherbrook com o Juan-David. Taí algumas imagens do desfile.



Eu tinha pensado em ir direto pro parque Maisonneuve assim que terminasse o desfile, mas como ainda era cedo resolvi ir pra casa tomar um banhozinho, e voltar pro show mais tarde. Eu tava bem animado porque na programação do show tinha Ariane Moffatt e Karkwa. Mas foi bem decepicionante. Primeiro, 330 ml de cerveja 5 doletas, eu comprei um copinho só pra tirar uma ondazinha, depois multipliquei por 1,8 aí deu uma dor no coração (não podia entrar no parque com bebida).


Segundo, bateu a fome, daí fui numa barraquinha com uma placa 'Super Jumbo Hot Dog', 3 doletas, pedi um. Pão, salsicha assada, só, nem molho. É pão e salsicha, algo que no Brasil você não pagaria 50 centavos. Terceiro, cigarro, fumaça interminável, não tinha como fugir, todo mundo fumando, tava sufocado. Quarto, bando de bêbados separatistas que só faziam gritar "Vive le Québec libre" e achavam isso bem divertido. Quinto, muita politicagem e pouca diversão, pior que comício no Brasil, porque no comício depois que o político fala o show come solto, aqui, era uma musiquinha, uma mensagem de cunho separatista, uma exortação, patrocinadores, blá blá blá, mensagem de cunho separatista, uma exortação, uma musiquinha. Sexto, o show dos artistas não era separado, fizeram um revezamento. Mas o mar azul e branco era bonito de ser ver.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Back from Saskatchewan

Cheguei de Saskatchewan ontem. Vou precisar de tempo para contar tudo, vou precisar de outros posts. Aprendi a falar "Saskatchewan". Tomei uma queda felomenal nas planícies verdejantes, alguns hematomas, alguns ossos ainda doendo, mas sobrevivi. Tá eu sou muito boça por cair de um quadriciclo ("Mêeo cair de quadriciclo é pior que cair de bicicleta de rodinhas mêêo"), talvez mais ainda por filmar a queda (videos coming soon).

De Mennon

Trouxe um monte de souvenirs de Rouleau, mais conhecida como Dog River.

De Rouleau (Dog River)

E pra quem não conhece o seriado Corner Gas, orgulho de todo e qualquer habitante de Saskatchewan:



Amanhã é a Fête Nationale, alguns eventos estão acontecendo desde hoje, mas eu peguei o dia pra ficar em casa, limpar a caixa de entrada, mandar mais alguns CVs (porque meus dias de turista estão contados). Amanhã vou dar uma olhada no desfile na rua Sherbrook e depois vou ficar pro show no parque Maisonneuve. Vai ter La Bottine Souriante, Arianne Moffatt, Karkwa, Éric Lapointe... Mas não vou poder encher a cara porque não pode entrar com bebida alcólica. :)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Sétimo dia

Hoje fui testar o cartão magnético temporário que o pessoal do RBC me deu e não estava funcionando. Fui na agência e na mesma hora trocaram pra mim. Ainda bem que eu testei antes, eu ficaria muito p. se fosse pagar alguma coisa e o cartão não funcionasse.

Também como não poderia faltar o passeio do dia, fui no Oratoire Saint Joseph. Outro ponto turístico que fica pertinho da minha casa. Não vou descrever o passeio em detalhes, melhor assistir o vídeo abaixo.



Bem, acho que hoje é o último dia dos posts diários. Vou começar a postar aleatoriamente, pelo menos uma vez por semana, depois uma vez por mês, depois a cada três meses e depois nunca, não necessariamente nessa ordem.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Joyeux anniversaire, joyeux anniversaire...

Pois é, primeiro aniversário em terras geladas, nem preciso dizer como é ruim passar o aniversário longe da família e de amigos, mas essa falta está sendo de alguma forma compensada pelas coisas novas que eu tenho vivido por aqui. Hoje decidi me dar de presente um feijãozinho bem gostoso pois ultimamente tenho me sentido bem fraquinho. Se continuar comendo comida congelada vou acabar ficando doente.

O título desse post bem que poderia ser "em busca da calabresa e do bacon perdido". Eu queria encontrar esses items aqui perto de casa, daí pensei que se eu fosse num supermercado bem grande, tipo Walmart, talvez tivesse algum sucesso. Comecei a analisar toda a extensão da avenida principal aqui do bairro pelo Google Maps e acabei notando uma formação que parecia um supermercado grande ou um shopping. Fui até lá e se tratava do Maxi & Cia. Era realmente grande e eu vi uma novidade: caixas self service, o próprio cliente passava as compras e depois pagava. A primeira coisa que eu pensei foi: "aahhh isso no Brasil..." Rodei o supermercado todo e naaaaada, só bacon fatiado. Resolvi ir no Walmart, tive até que pegar o metrô até a estação Namur pois o mais próximo aqui de casa ficava lá, rue Jean-Talon, perto do hipódromo. Achei esse Walmart diferente dos que a gente tem no Brasil, a parte de comida ocupava só uns 10% do espaço, o resto eram quinquilharias, ferramentas, roupas, eletrônicos, utilidades domésticas. Também não encontrei o que eu estava procurando. Resolvi voltar pra CDN e usar minha criatividade para substituir os items. Fui no supermercado perto de casa (onde eu tinha comprado o feijão preto) e comprei uma linguiça do tipo "Italian". Como calabresa vem de Calábria e a Calábria fica na Itália achei que essa seria a substituição mais aproximada. Próximo aos cortes de carne suína eu avistei algo parecido com bacon, era toucinho fresco, como a diferença para toucinho defumado é de apenas uma palavra achei que essa seria a substituição mais aproximada.

Cheguei em casa já passava do meio dia. Coloquei o feijão no fogo. Enquanto isso fui refogando bem o toucinho pra ele não ficar cru e a linguiça eu tive que colocar um tempo no microondas pois ela crua não dava pra cortar em pedaços. Quando os grãos estavam mole misturei tudo e no final o resultado me surpreendeu. Ficou muuuuito bom. Eu classifiquei esse feijão como um marco na minha capacidade de adaptação em solo canadense. Eu fui almoçar quase umas 4 horas da tarde, mas eu fiz feijão para a semana toda, é só colocar no microondas, fazer um arrozinho e pronto, nunca mais passo fome.



Acabei de me dar de presente uma passagem pra Saskatoon. Tô indo visitar uma amiga que eu conheço há 10 anos. Essa é a primeira vez que vamos nos ver pessoalmente. Também acabei de falar com a minha família pelo Skype, eles fizeram um bolo de aniversário e cantamos parabéns com direito a fogos de atifício e tudo. :)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Quinto dia

Na lista dos cursos de francês tinha um quase em frente daqui de casa, mas não tinha aulas à noite. Eu costumo render melhor à noite e caso começe a trabalhar posso continuar com o curso. O mais perto que eu encontrei à noite foi em Mountain-Sights. Cinco dias aqui e já me sinto seguro para ir pra qualquer canto, sem falar que pra Montreal o Google Maps já disponibiliza rotas utilizando transporte público, show demais, tem até os horários.

Peguei o metrô e desci na estação Namur, o centro de apoio ficava na rue Paré, perto do hipódromo. Conversei com o carinha que estava atendendo e ele disse que não estavam mais inscrevendo ninguém, as aulas à noite eram para quem já estava fazendo desde o trimestre passado, mas ele pediu que eu ligasse dia 15 que ele iria falar com a professora.

Voltei no RBC para solicitar o meu cartão de crédito. Não pude fazer isso ontem porque tinha que esperar os travellers cheques serem creditados na minha conta para então transferir algum dinheiro para uma aplicação que o banco pode usar caso eu dê calote e não pague a fatura do cartão. O Omar já tinha separado um horário para mim.

Eu notei que aqui no canada os serviços bancários são bem simplificados para não dizer arcaicos. Enquanto no Brasil a gente tem transferência, TED, DOC, pagamento de boleto, pagamento de título de concessionária, carga de celular, aqui é só transferência. Enquanto no Brasil a gente tem dezenas de opções de fundos de investimento aqui tem só "saving account" com algumas opções tipo "day to day", "enhanced", ou "high interest" dependendo de quanto você vai investir. Enquanto no Brasil tem um monte de segurança no site, teclado virtual, senha de número, senha de letra, código de segurança pelo celular, aqui é só a senha mesmo.

Voltei para casa e fui almoçar comida congelada, eca, e depois do almoço, dando continuidade à minha semana de turista resolvi ir no Parc du Mont-Royal. Pelo o que eu já tinha observado ele fica perto de CDN, cheguei até a fazer um rota a pé no Google Maps, mas não tinha certeza se o caminho era todo "andável", sei lá, poderia passar por alguma highway, então resolvi pegar um busão que pra minha surpresa não entrou onde eu esperava que ele entrasse, ele foi direto para o centro. Não me desesperei pois eu tinha o passe mensal comigo. Esperei o momento oportuno e quando a maioria do pessoal que estava no ônibus desceu, eu desci junto, isso era sinal de algum grande ponto de referência por perto, e como esperado, a estação Guy/Concordia estava na minha frente. Desci, fui até a estação Mont-Royal e depois peguei a linha 11 para a montanha, ou seja dei uma volta pela cidade toda pra chegar num lugar que é do lado da minha casa.

O Parc du Mont-Royal é mais outro lugar de embasbacamento. Cheguei pela entrada do lago dos castores, mais à frente tinha um monte de gente estirada na grama, aproveitando o sol. Subi a montanha, sempre pela trilha maior e seguindo as indicações de placas, andei, andei, andei, até encontrar... o chalet e o belvédère, de onde dá pra ter uma visão magnífica de toda Montreal, do centro da cidade até o rio São Lourenço e periferias, e depois de retomar a consciência continuei andando até encontrar a cruz do Mont-Royal. Voltei para o chalet e liguei pra casa, eu tinha que compartilhar com alguém o que eu estava vendo e sentindo, falei um bom tempo com meu pai e minha mãe. Comprei um suco de laranja no chalet e fui para o belvédère descansar um pouco (acho que já tinha andado uns 4 km), apreciar a paisagem e criar coragem para deixar aquele lugar perfeito e voltar para Côte-des-Neiges. O que ajudou foi o fato de também estar apaixonado por Côte-des-Neiges.



Resolvi voltar andando, era só descida mesmo. Passei pelo cemitério Mont-Royal, depois pelo cemitério Côte-des-Neiges, e a única coisa que me vinha à cabeça era "pqp, por que os cemitérios têm que ser tão lindos também, o pessoal que mora neles já morreu mesmo...". Eu queria passear um pouco pelo cemitério mas estava fechado, então continuei andando e cheguei em CDN em 30 minutos no máximo, pertinho, agora sempre quando eu quiser ir no Parc eu vou andando mesmo.

Assim que cheguei em CDN resolvi dar um basta na minha precariedade alimentícia. Fui direto no supermercado e consegui encontrar feijão preto, $ 2.69 900g, não sei porque eles não colocam um quilo logo. Fiquei de queixo caído quando descobri que eles não tinham calabresa. Pôxa eu nem tava querendo paio, era uma simples calabesa que você encontra em qualquer esquina no Brasil. Aqui eles têm todos os embutidos do mundo, menos calabresa. Tem até uns embutidos bem artificiais sabor cheddar, chippotle, brisa da manhã defumada com prazeres do outono ao molho barbecue e por aí vai. Bacon, impossível de encontrar peça inteira, eles vendem só fatiado, nem cubinhos tem, só fatiado, e não adianta chorar, pra eles o bacon já sai do porco fatiado, eu cheguei a perguntar pra um funcionário e ele disse que nunca viu peça grande de bacon na vida dele. Eu não tava querendo fazer uma feijoada, só colocar as duas carnes que eu mais gosto no feijão. Deixei prá lá e levei só o feijão pra casa. Como não tenho panela de pressão, vou deixar de molho de hoje para amanhã e amanhã coninuar a minha busca. Vamos ver o que eu consigo encontrar.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quarto dia

Hoje acordei umas 7:30, tomei meu café da manhã e saí de casa umas 7:45, tinha que estar na estação Place-des-Arts no máximo umas 8:25. Estava arriscando pois não fazia idéia de quanto tempo levaria, mas acabei chegando 5 minutos antes do que estava planejando, o escritório nem tinha aberto ainda.

Fui atendido pela Azucena Rios que verificou meus documentos, e foi passando comigo por um checklist imenso. Foi tanta informação que eu fiquei com dor de cabeça. Como a francisação só vai começar em agosto, eu posso me inscrever num curso a tempo parcial oferecido por um dos muitos organismos de apoio ao imigrante (ela me deu uma lista para escolher o mais perto daqui de casa). Ela marcou uma entrevista na próxima semana para verificarem o meu CV e passarem mais informações sobre adaptação ao mercado de trabalho canadense. Ela me deu uma pasta com um formulário e informações para solicitar a análise comparativa dos meus estudos. Mesmo tendo que gastar com tradução de diploma e histórico escolar acho que vou ter que fazer isso pois eu já vi alguns anúncios de emprego solicitando essa análise. Ela me passou um formulário para solcitar a devolução da TPS. Isso é possível apenas no ano em que você se torna residente permanente. O governo canadense, com base nos seus rendimentos, faz uma estimativa de quanto você vai pagar de TPS e deposita esse valor na sua conta corrente. Ela falou rápido sobre as quatro universidades de Montreal, falou um pouco sobre empréstimos e ajuda financeira oferecidos pelo governo e disse que eu poderia me informar melhor na entrevista da próxima semana.

Saí do escritório de imigração e fui direto para casa almoçar. Confesso que já estou de saco cheio de comida congelada. Eu como e continuo com fome. Pra falar a verdade eu estou com fome desde quando cheguei aqui no Canada. Os supermercados aqui têm tudo, mas ao mesmo tempo nada do que eu quero.

Como já estava decidido a abrir a conta corrente no RBC coloquei meus troubleleus cheques na mochila e desci a Côte-des-Neiges. Chegando lá falei na recepção que queria abrir uma conta e o pessoal foi super legal, ambiente muito bom, me senti em casa. Fui atendido pelo Omar Lachheb, gente finíssima, ele foi montando pra mim um portfolio de serviços sempre tendo como objetivo não pagar nada de manutenção de conta, etc. Na maioria dos bancos no Canada você tem que deixar um saldo mínimo em conta para não descontarem a taxa de manutenção, no RBC você tem que ter no mínimo dois serviços além da sua conta corrente, no meu caso uma poupança e um cartão de crédito Visa. Para o cartão de crédito, como ainda eu não tenho um histórico de crédito no Canada, eu deveria deixar um depósito de segurança no valor que eu quisesse ter de limite, no final de um ano o banco devolve esse dinheiro. Como ainda tinha que depositar os travellers cheques, e ia demorar muito, o Omar me passou para outra funcionária. O problema dos meus troubleleus cheques é que no Brasil quando eu fui comprá-los no Citibank, eu não liguei antes avisando, então me deram um monte de notas de $ 20, $ 50, e eu tive que assinar todas, duas vezes, uma no Brasil e outra no Canada. Eu passei quase uma hora assinando tudo, enquanto isso trocava uma idéia com a funcionária sortuda que estava me atendendo. Melissa o nome dela, os pais são colombianos mas ela nasceu no Canada. Ela me deu um cartão magnético temporário caso eu quisesse fazer alguma operação.

De Montreal - Primeira Semana

Depósito feito. Desci mais ainda a Côte-des-Neiges até um shopping onde segundo as minhas pesquisas de ontem, tinha um loja da Fido. Assim que eu entrei fiquei maravilhado. Não, o shopping não era bonito, era até meio trash, mas eu encontrei o que estava procurando desde quando cheguei aqui no Canada: preços baixos e ambiente popular, me senti em casa. Tem uma loja Dollarama imensa e mais outras três similares. Dollarama é o que no Brasil a gente chama de loja de 1,99. Essa que eu vi nesse shopping tinha de tudo, tudo mesmo. E o povo que frequenta esse tipo de loja é bem diferente, puxaram conversa umas duas vezes comigo. A primeira era uma americana que chegou falando, "ahh as lojas de 1 dolar nos EUA são bem maiores e melhores", depois que eu disse que era do Brasil ela disse que tinha passado uma semana lá e perguntou se eu tinha trazido produtos para vender :S ela tava querendo café e alicate de unha :S O outro foi um vozinho que passou assoviando, aí ele disse "não sei porque estou assoviando... você sabe assoviar?", eu disse que sabia, ele pediu pra ver, dai eu tentei assoviar "segura o tchan" mas eu comecei a rir da situação, daí ele ficou rindo da minha cara falando que eu não sabia. Tinha também um monte de mães histéricas com três, cinco filhos, gritando "Fulaaaaaano venez-ici! Fulaaaaano fais-pas ça!" A visita no Dollarama foi realmente fora do comum, algo que eu não sonhava encontrar aqui no Canada. Depois entrei numa loja chamada Fripe-prix. Eles vendem roupas e acessórios usados, até coisas de casa, os preços muito bons e sem cobrar TVQ nem TPS.

De Montreal - Primeira Semana

Fui no quiosque da Fido e fui direto no celular e no plano que eu tava querendo contratar. O celular saiu por $ 10,00 (com contrato de dois anos) e o plano que eu contratei foi o de $ 20,00, 50 minutos por mês, noites e finais de semana ilimitados e dependendo da necessidade eu posso mudar o plano mais pra frente.

Pra finalisar passei na praça de alimentação e comi um tal de General Tso num restaurante tailandês. Muito bom, to cheio até agora.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Terceiro dia

Hoje saí cedo de casa e como meus lábios estavam rachando resolvi passar na Dollarthèque pra ver se conseguia encontrar algo similar a manteiga de cacau. Perguntei pra moça do caixa em francês, inglês e mimiquês: "je cherche ce qu'en anglais on apelle lips moisturizer". Ela não entendeu então eu fiz a mímica e partindo do suposto que eu não sou drag queen nem travesti ela entendeu o que eu quis dizer. Li na embalagem que a parada chama "baume pour les lèvres". Vocabulário novo aprendido. Como ia andar bastante no centro, entrei na Pharmaprix pra comprar um mapa de Montreal.

Peguei o metrô e desci na estação Place-des-Arts. Assim que saí olhei para o lado e vi um prédio com uma bandeira do Québec. Fui até lá, vi que se tratava do prédio do ministério de imigração e fui direto no quarto andar como dizia no guia de boas vindas. Cheguei no guichê, expliquei que tinha chegado no sábado em Toronto e que precisava de informações gerais sobre documentos e os próximos passos. O cara olhou pra mim e disse: "vous êtes brésilien, n'est-ce pas?", disse que sim, ele sorriu e me deu uma senha. Enquanto estava aguardando comecei a procurar alguma coisa em mim que denunciasse minha nacionalidade, não consegui achar nada, não estava de havaianas, nem com a camisa da seleção, nem cheguei fazendo baderna, acabei por concluir que foi a minha cara que me denunciou.

O painél me chamou, o rapaz que me atendeu perguntou se eu já tinha mudado definitivamente para Montreal ou se ainda voltava para o Brasil. Eu disse que estava mudando em definitivo, então ele entrou com algumas informações no computador, provavelmente confirmando o meu estabelecimento na cidade e me deu um novo número de dossiê. Em seguida ele me deu os endereços e disse quais documentos eu precisava para tirar o número de seguro social e a carteirinha de saúde. Ele marcou para amanhã às 8:30 uma entrevista com uma agente de acolhimento que vai me passar mais informações. Ele também me deu um formulário para solicitação do curso de francês (que só vai começar em agosto) e disse que eu poderia trazer amanhã e entregar para agente de acolhimento.

Saí do prédio do ministério e fui direto atrás do prédio da Régie de l'assurance maladie que ficava numa rua transversal, boulevard Maisonneuve. Avistei a bandeirinha e fui direto lá. Cheguei no terceiro andar e entrei logo na fila de triagem, olhei para o cara na minha frente e vi que ele tinha cara de brasileiro, pois é, dá pra ver pela cara mesmo. Esperei mais um pouco tentando identificar algum outro sinal então vi o passaporte dele dentro de uma pasta transparente, então fui falando logo "cê é brasileiro, né?" A gente trocou cumprimentos e ficamos conversando enquanto esperávamos a senha no painel. Ele foi chamado primeiro, e eu logo depois. Assim que cheguei o atendente perguntou se eu queria ser atendido em inglês ou francês. Pedi francês contanto que eles falasse devagar, e brinquei falando da impressão/choque que eu tive com o francês falado nas ruas por aqui. Ele concordou e seguiu com algumas perguntas. No final das contas ficou faltando um comprovante de endereço, que poderia ser o contrato de aluguei que eu supostamente teria assinado. Respondi que estava sublocando um quarto por dois meses e que não tinha um contrato. Ele então me deu outras opções incluindo uma declaração da dona da casa, de que eu realmente moro no endereço que eu forneci, assinada na frente de um "commissaire à l'assermentation", então vou ter que correr atrás disso nos próximos dias, mas me deram 45 dias pra resolver esse pendência e mandar por fax. Voltei para a fila, agora para tirar a foto, e o Rodrigo estava lá também esperando, como já passava do meio dia combinamos de almoçar em algum lugar por perto. Fui chamado para a foto e tive que pagar oito doletas. Fiquei tentado em perguntar se a 3x4 que eu tirei recentemente no Brasil não valia, mas como a foto era algo oficial e todo mundo estava tirando então nem perguntei.

Assim que deixamos o prédio fomos andando pela Saint-Catherine, passamos na frente de alguns restaurantes mas ficamos em dúvida se tinha que dar tip ou não, ouvi falar que aqui no Canadá é 15%, fora isso tem a TPS e a TVQ, ixi, deixa pra lá. Encontramos uma lanchonete tipo Subway, chamada Quiznos Sub.


Escolhi um sanduiche, o carinha que estava atendendo perguntou alguma coisa que eu não entendi, daí percebi que ele tava querendo que eu escolhesse o pão, vi que ele estava apontando pra um pão aí eu falei "oui, oui, oui c'est bon cella", nem fazia idéia do que era, depois ele perguntou outra coisa, também não entendi, ele repetiu umas três vezes, daí a colega dele interviu e perguntou em inglês "here or to go?", eu disse que era pra comer aqui, daí pra frente foi tudo em inglês mesmo, ufa. Pedir o combo com refri e cookie é bom, foi o que eu fiz. Tinha honey mustard de grátis então me entupi de mostarda e se eu tivesse um tapoézinho comigo ainda levava pra casa. Tudo deu $ 8.98, mais TPS e TVQ $ 1.16, totalizando $10.14. Não vamos converter pois como dizem os guias de turismo e ateus de plantão: "quem converte não se diverte".

Depois do almoço fomos andando pelo boulevard Maisonneuve, o Rodrigo já tinha tirado o NAS, mas ele me acompanhou até o prédio do Services Canada. Aqui foi rapidinho, algumas perguntas e eu já saí com o meu número, vapt e vupt, sem foto, sem pagar nada. Entramos na estação Berri-UQAM, ele desceu em Vendôme e eu fui até Snowdon e depois CDN.

Quando cheguei em CDN lembrei que tinha que acordar cedo amanhã, então fui numa loja tipo Dollarama pra ver se conseguia comprar um despertador e também estava precisando de cabides (não foi na mesma que eu fui hoje cedo, foi outra). Na hora faltou vocabulário pra cabide então eu perguntei pra moça em inglês mesmo, e ela não falava nada em inglês, daí eu fui fazendo mímica e tentando explicar em francês, daí ela captou minha mensagem e falou "ahh, cintres!". Vocabulário novo aprendido. Fui vendo o preço dos despertadores, só tinha caro, digital, com termômetro, acabei por comprar um de $ 7 pois as lojas já estavam fechando e eu não queria chegar atrasado e passar uma impressão ruim para a agente de imigração amanhã.

Hoje a noite Lara e Juan David estavam por aqui. Conversamos bastante sobre um monte de coisas, sobre Montreal, sobre línguas, similaridades entre o espanhou e o português. Lara falou que o indonésio era parecido com o malaio também, tanto que um indonésio consegue entender malaio e o contrário só se o indonésio falar devagar.

Aproveitei para perguntar sobre bancos e telefones celulares. Lara recomendou o RBC, disse que o pessoal da agência é bem amigável. Pelas minhas pesquisas na internet eu já estava inclinado a abrir uma conta no RBC, então amanhã vou dar uma passadinha lá. Quanto ao telefone acho que eu vou pegar um Fido, achei os preços melhores e os planos simples de entender, a página deles é enxuta também. As páginas da Tellus, Rogers, Bell são bem confusas, não consegui encontrar o que eu estava querendo saber. Andei pesquisando em fóruns, no passado o pessoal dizia que a cobertura do Fido era bem restrita, nas mensagens mais recentes eu vi que a Rogers adiquiriu a Fido, então a Fido passou a usar a rede de cobertura da Rogers (que é muito boa). E como eu não vou pro mato, não preciso muito de cobertura, só de um número com caixa de mensagem de voz pra começar a procurar emprego.